O chamado caramujo africano (Achatina fulica) é uma praga que atinge praticamente todo o país. A espécie foi introduzida no Brasil no final da década de 80, importada ilegalmente da África como substituta mais rentável do escargot.
Caramujo africano (Achatina fulica) |
Com o objetivo de monitorar os riscos à saúde da população, a Secretaria de Saúde de São José inicia um trabalho de recolhimento dos moluscos.
Mensalmente, exemplares da Achatina fulica serão recolhidos e enviados para a Fundação Osvaldo Cruz para a análise e a identificação de possíveis contaminações da espécie.
Segundo a equipe de Vigilância Epidemiológica de São José, a população também deve ficar atenta, já que o caramujo africano pode estar envolvida na transmissão de doenças. A doença pode ser contraída pelo muco do molusco ou pela ingestão de verduras, legumes e frutas contaminadas. No entanto, a Vigilância Epidemiológica ressalta que não há motivo para pânico, uma vez que a presença do caramujo não implica em riscos de epidemia. Até o momento, não existe nenhum caso confirmado de doença transmitida por esse animal no Brasil.
A Prefeitura de São José não recolhe os moluscos em áreas particulares. As denúncias são atendidas pela Vigilância Epidemiológica por intermédio de ações educativas, tanto no domicílio do denunciante quanto nas proximidades vizinhas, com distribuição de folder e explicação sobre o controle da espécie.
A Achatina fulica é um caramujo gigante terrestre que pode atingir 15 cm de comprimento na concha, oito cm de largura e mais de 200 gramas no peso total quando adulto. A espécie pode chegar a viver mais de nove anos e pode ser reconhecida através da concha, que é mosqueada em tons de marrom escuro.
Para controlar o molusco, o ideal é não deixar acumular materiais inservíveis nos domicílios e terrenos baldios, como restos de materiais de construção (telhas, madeiras, tijolos) empilhados, palhas e folhas secas sob o solo, lixo doméstico, ou quaisquer outros meios que auxiliem o caramujo a se proteger do sol.
A recomendação é a de que a coleta dos exemplares seja realizada com os seguintes cuidados:
- Somente adultos treinados devem recolher os caracóis. Crianças e adolescentes não devem participar das ações diretas de recolhimento
- Recolher os caracóis sempre utilizando luvas descartáveis ou sacos plásticos, na falta usar uma pá. Importante não ter o contato da pele diretamente com o caracol
- Os caracóis recolhidos devem ser incinerados, para isso utilizar uma vala, um tambor ou ainda uma fogueira cercada por tijolos ou blocos. Para grandes quantidades utilizar um incinerador ou fornos de olarias
- Se eliminados inadequadamente os ovos ainda permanecem nas cascas intactos, que alguns dias depois eclodem, e após 4 ou 5 meses se reproduzem. O risco de re-infestação é alto e os caramujos retornarão ao seu quintal
- Não deixe pneus, latas, entulhos, plásticos, tijolos e telhas, madeiras, lixos em geral espalhados no quintal. Isso favorece a proliferação da Achatina fulica, e de outras pragas nocivas à saúde, como: ratos, baratas, escorpiões, aranhas, moscas, mosquitos como o Aedes aegypti (transmissor da dengue)
- Nunca utilize afogamento em balde com água e sal para eliminar os caracóis. A utilização do sal não é recomendada, pois o sal serve somente para salinizar o solo.
Para mais orientações e informações, a população pode entrar em contato diretamente com a Vigilância Epidemiológica do Município no telefone 3249-1895.
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