terça-feira

A evolução da criação e comercialização de caracóis no Brasil

A criação e comercialização de caracóis no Brasil têm passado por uma notável evolução ao longo dos anos. O consumo de caracóis, popularmente conhecidos como "escargots", tem ganhado cada vez mais espaço na gastronomia brasileira, tanto em restaurantes renomados quanto em estabelecimentos especializados. Neste texto, exploraremos essa evolução e os principais aspectos relacionados à criação e comercialização de caracóis no país.

Antes considerados apenas como pragas de jardim, os caracóis passaram a ser vistos como uma oportunidade de negócio no setor alimentício. A importação de espécies europeias, como o Helix aspersa, responsável pelos tradicionais escargots, foi o ponto de partida para o desenvolvimento dessa indústria no Brasil. Com o passar do tempo, a reprodução desses moluscos em território nacional tornou-se uma realidade, impulsionando a produção local.

Atualmente, existem diversas fazendas especializadas na criação de caracóis em diferentes regiões do país, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, devido às condições climáticas favoráveis. Essas fazendas possuem infraestrutura adequada para abrigar os caracóis, como viveiros e estufas controladas, garantindo um ambiente propício para seu desenvolvimento.

A comercialização dos caracóis também passou por avanços significativos. Além dos restaurantes gourmet que já ofereciam pratos com escargots, surgiram estabelecimentos exclusivos que fornecem caracóis frescos ou processados para o consumo doméstico. Além disso, é possível encontrar caracóis em mercados especializados e até mesmo em algumas feiras livres.

A crescente demanda por caracóis no Brasil tem impulsionado a inovação no setor. Hoje em dia, é possível encontrar produtos derivados de caracóis, como patês, conservas e até mesmo cosméticos feitos a partir de sua secreção, conhecida como baba de caracol. Essa diversificação de produtos tem contribuído para o crescimento do mercado e a disseminação do consumo de caracóis no país.

É importante ressaltar que a criação e comercialização de caracóis devem ser feitas de forma responsável e respeitando as regulamentações sanitárias. O manejo adequado e a garantia de condições higiênicas são essenciais para a segurança alimentar e a qualidade dos produtos oferecidos ao consumidor.

Em suma, a criação e comercialização de caracóis no Brasil têm evoluído consideravelmente, transformando esses moluscos em uma opção gastronômica cada vez mais apreciada no país. A diversificação dos produtos e a busca por inovação têm contribuído para o fortalecimento desse mercado, proporcionando novas oportunidades de negócios e ampliando as opções culinárias disponíveis aos brasileiros.

Comer caracóis traz benefícios surpreendentes para a saúde

O consumo de caracóis é uma prática muito apreciada em diversos países, especialmente durante os meses mais quentes do ano. Essas pequenas iguarias são uma verdadeira tentação para muitos apreciadores de gastronomia, e além de serem deliciosos, eles também trazem benefícios surpreendentes para a saúde. Neste texto, exploraremos alguns desses benefícios e destacaremos porque os caracóis são uma excelente opção culinária.


1. Rica fonte de proteínas: Os caracóis são uma excelente fonte de proteínas de alta qualidade. Eles contêm uma variedade de aminoácidos essenciais que são necessários para a construção e reparação dos tecidos do corpo. Consumir caracóis pode ser especialmente benéfico para pessoas que seguem uma dieta vegetariana ou com baixo teor de carne, já que eles fornecem uma alternativa rica em proteínas.

2. Baixo teor de gordura: Os caracóis são conhecidos por terem um baixo teor de gordura. Isso os torna uma opção alimentar saudável para aqueles que desejam controlar sua ingestão de gordura saturada. Além disso, eles são uma fonte de gorduras insaturadas, que são consideradas saudáveis para o coração e podem ajudar a reduzir os níveis de colesterol.

3. Rica fonte de minerais: Os caracóis são uma excelente fonte de minerais essenciais, como ferro, cálcio, magnésio e zinco. Esses minerais desempenham papéis importantes em várias funções corporais, incluindo a formação de ossos e dentes saudáveis, o funcionamento adequado do sistema imunológico e a produção de energia.

4. Teor significativo de vitaminas: Além dos minerais, os caracóis também são uma boa fonte de vitaminas, como a vitamina A, vitamina E e algumas vitaminas do complexo B. A vitamina A é importante para a saúde dos olhos e da pele, enquanto a vitamina E é um antioxidante que ajuda a proteger as células contra danos. As vitaminas do complexo B desempenham um papel vital no metabolismo energético e na função cerebral.

5. Benefícios para a digestão: Os caracóis contêm uma quantidade significativa de fibras alimentares, o que pode ajudar a promover a saúde digestiva. A fibra auxilia na regulação do trânsito intestinal, prevenindo a constipação e promovendo a sensação de saciedade. Além disso, as fibras alimentares também podem ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue e o colesterol.

Embora seja importante lembrar que o consumo de caracóis deve ser feito com moderação e em locais de confiança, esses pequenos moluscos oferecem uma variedade de benefícios nutricionais. Ao saborear um prato de caracóis, você não apenas desfruta de um petisco tradicional, mas também alimenta o seu corpo com nutrientes essenciais para uma vida saudável. Bon appétit!

segunda-feira

Come-se caracóis no Brasil?

Comer caracóis é comum em muitos países do mundo, incluindo o Brasil. Embora muitas pessoas possam torcer o nariz para a ideia de comer um animal tão pequeno e escorregadio, os caracóis são considerados uma iguaria em muitas culturas.

No Brasil, o consumo de caracóis é mais comum em algumas regiões do que em outras. Por exemplo, nas regiões litorâneas do país, especialmente na Bahia e no Nordeste, o consumo de caracóis é bastante popular. Isso se deve em parte à forte influência da culinária africana nessas regiões, onde o consumo de caracóis é muito comum.

Os caracóis consumidos no Brasil geralmente pertencem à espécie Achatina fulica, que é conhecida como caracol-gigante-africano. Essa espécie de caracol é nativa da África, mas foi introduzida no Brasil na década de 1980 para ser criada como animal de estimação e para produção de escargots. No entanto, muitos caracóis escaparam de suas jaulas e se estabeleceram em diversas regiões do país, tornando-se uma praga para a agricultura e o meio ambiente.

Apesar de ser uma praga, o caracol-gigante-africano é considerado uma iguaria em muitos lugares, incluindo o Brasil. Os caracóis são geralmente cozidos em água com sal e temperos, como alho e coentro, e depois servidos como petisco. Eles também podem ser usados em receitas mais elaboradas, como o tradicional escargot francês.

Embora o consumo de caracóis seja popular em algumas partes do Brasil, ele ainda é visto com desconfiança por muitas pessoas. Alguns temem que os caracóis possam transmitir doenças, enquanto outros simplesmente não gostam do sabor. No entanto, se preparados corretamente, os caracóis podem ser uma fonte deliciosa e saudável de proteína.

Em resumo, o consumo de caracóis é uma tradição em muitos países do mundo, incluindo o Brasil. Embora possa não ser uma iguaria popular em todo o país, os caracóis são apreciados em algumas regiões e são considerados uma deliciosa opção de petisco ou até ingrediente em receitas mais elaboradas. Se você nunca experimentou caracóis, vale a pena dar uma chance e descobrir por si mesmo o sabor único desse alimento incomum.

quinta-feira

Sabia que é possível criar caracóis na sua própria casa ou terreno?

Os caracóis são uma iguaria popular em Portugal, e muitas pessoas adoram comê-los.

Mas você sabia que é possível criar caracóis na sua própria casa ou terreno?

A criação de caracóis, ou helicicultura, é um negócio crescente em Portugal, com muitas pessoas interessadas em aprender mais sobre como criar caracóis em grande escala.

A criação de caracóis tem muitos benefícios, incluindo o fato de que é uma atividade de baixo custo e de baixo impacto ambiental.

Os caracóis são fáceis de criar e requerem pouco espaço, tornando-os ideais para pequenas propriedades ou para pessoas que desejam iniciar uma empresa de agricultura sustentável.

Em Portugal, a criação de caracóis é regulamentada pela legislação que regula os produtos de origem animal. Isso significa que, se você estiver interessado em criar caracóis comercialmente, precisará cumprir certas normas de segurança alimentar e higiene.

Você também precisará de obter uma licença para comercializar os seus caracóis e um espaço adequado para abrigar as suas criações.


quarta-feira

Como lavar bem os caracóis

O segredo de um bom petisco de caracóis está no molho que se aplica e em limpar bem os caracóis antes de os cozinhar

Água, o essencial

Pode começar por lavar os caracóis duas horas antes do momento previsto para pestiscar.

Deve lavar bem os caracóis em água fria, passando-os em várias águas até ela ficar bem limpa, sem apresentar sinais de porcarias (meia dúzia de lavagens deve ser suficiente). Se quiser pode adicionar vinagre para ajudar na limpeza, mas em princípio não é necessário.

Na última passagem, pode colocar os caracóis numa panela, cobri-los de água e tapar bem, deixando repousar por 30 minutos. 



sexta-feira

Só se comem caracóis em meses sem “r”, certo? Pois bem, estamos em maio.



O mundo divide-se em duas partes. De um lado estão aqueles para quem a palavra “caracol” é dita com ar de nojo e acompanhada de expressões como “gosma” e, do outro, os verdadeiros apreciadores da iguaria, que contam os meses até que finalmente chegue o primeiro sem a letra r no nome. Boas notícias, estamos em maio.

Rico em proteína, baixo em calorias. Chegou a época do snack perfeito (isto se abdicar da cerveja e de molhar o pão).
O que é isto dos meses sem ‘r’?

Vamos primeiro esclarecer esta questão. Há ou não uma época certa para comer caracóis? Há e começou agora. É em maio que termina o ciclo de criação dos caracóis e até agosto estão no ponto ideal para consumo. Daí que se diga que só existem caracóis nos meses sem ‘r’. Se vir bem, este período contempla maio, junho, julho e agosto.

Não é que não haja caracóis em abril — principalmente em anos com muita chuva, nos quais o caracol cresce mais rápido e a produção começa mais cedo — mas jogando pelo seguro, mais vale esperar pelo dia do trabalhador para pedir o primeiro prato.
Petisco saudável

Tentar juntar na mesma frase as palavras ‘petisco’ e ‘saudável’ quando o tema é comida portuguesa parece difícil. Mas na verdade não é.

A nutricionista Lillian Barros consegue enumerar facilmente alguns pratos que servem para partilhar, sem estragar a dieta. “Berbigão na chapa como é típico do Algarve, por exemplo, ou até mesmo mexilhão ou salada de polvo”, refere. Há ainda os tremoços, ricos em proteína e cujo único cuidado deve ser a quantidade de sal. “Nada que não se resolva com o ato de demolhar antes de comer”, salienta.

Os caracóis fazem parte desta lista, uma vez que por serem constituídos maioritariamente por água tornam-se um alimento aliado de quem quer petiscar sem engordar. É rico em proteína, pobre em gordura, contém sais minerais como o magnésio, ferro e zinco.


E segundo um estudo da Deco, até mesmo os caracóis cozinhados em restaurantes têm um baixo valor calórico: cerca de 100kcal/100g. Isto, claro, se forem cozidos em água e temperados com especiarias.

Mas esta história tinha que ter um vilão a importunar este final feliz, certo? Pois bem, neste caso não é um, mas sim dois: a cerveja e o pão (se juntarmos a manteiga, já lá vão três). É que apesar dos caracóis serem baixos em calorias, não fazem milagres quando à patuscada se junta uma (ou mais) cervejas e cestos de pão para ajudar a aproveitar o molho.


Artigo de MARTA CERQUEIRA - MAAG





quinta-feira

Tudo sobre a criação de caracóis ou escargots no Brasil

Como montar uma criação de escargot lucrativa gastando pouco e sem cometer erros, ganhe muito dinheiro com helicicultura. Aprenda tudo: investimento, localização, equipamentos, fornecedores, mercado, concorrência, riscos, legislação, mão de obra especializada, captação de cliente, financiamento, atendimento e muito mais…




COMO MONTAR OU INICIAR UMA CRIAÇÃO DE ESCARGOT


FICHA TÉCNICA

Setor: Agroindústria.

Tipo de Negócio: Helicicultura

Ramo de Atividade: Criação de Escargots.


HISTÓRICO

Descobertas arqueológicas comprovam que desde a pré-história o homem utiliza o escargot para a sua alimentação. Nas proximidades das cavernas do homem pré-histórico, arqueólogos encontraram depósitos de conchas de 10 a 200 metros de comprimento com 1 a 1,5 metro de altura, indicação de que os escargots eram largamente consumidos.


APRESENTAÇÃO

Trazido por imigrantes europeus, o escargot começou a ser criado no Brasil há 40 anos e hoje a atividade começa a tornar-se um bom negócio. Em francês, escargot significa caracol, molusco, porque seu corpo é mole, sem esqueleto, gastrópode (parte estomacal (gaster-estômago) junto ao pé (podes = pé)), pulmonado (respira através do pulmão), terrestre, ao contrário de seu primo caramujo que habita as águas doces ou salgadas.

Pertence ao gênero Helix (de onde vêm hélice), porque seu corpo faz uma torsão de 180º e por isso, a criação é denominada helicicultura.

A HELICICULTURA

É a denominação que se dá a quem cria escargots e helicicultor, a pessoa que o cria. Não há grandes dificuldades em seu manejo, mas o trabalho é grande, exige dedicação e constante observação por parte do produtor. A criação de escargots configura-se como uma alternativa interessante na medida em que é possível integrar manejo com atividades como horta e minhocário. Nesses casos, os subprodutos são aproveitados e o resultado dessa integração é redução de custos e oferta de produtos saudáveis.


MERCADO

É pouco explorado e de abastecimento instável, demonstrando a necessidade de modernização do setor e de melhor divulgação, apesar disso, com um pouco mais de 15 anos no mercado brasileiro, esse molusco tem conquistado adeptos por exigir pouca área para cultivo e baixo investimento.
Basta um rápido folhear nos suplementos agrícolas dos jornais e nas revistas da área agroveterinária, e lá estarão os “escargots”, eles frequentam também programas de TV destinados aos produtores rurais, e até mesmo laboratórios de algumas instituições universitárias, empenhadas na busca de novas fontes de proteína para a alimentação humana. Enfim, os “escargots” parecem reunir o esforço de muitos, visando a difusão do cultivo e consumo dessa especialidade da cozinha francesa. O esforço é louvável, sobretudo se considerarmos que o grande crescimento da população mundial impõe uma demanda crescente por alimentos, que não pode ficar restrita às formas tradicionais.


COMÉRCIO

Com o objetivo de viabilizar a comercialização, estabeleceram-se núcleos de criadores ligados a uma empresa ou cooperativa incumbida de processar e vender o produto. Esta tem sido a solução ideal – principalmente para o problema da comercialização -, já que o processamento da carne para a venda não oferece grande dificuldade. A carne, comercializada de várias formas, e é vendida para restaurantes, supermercados, delicatessens. Pesqueiros também são clientes, pois absorvem a produção dos animais que não atingiram peso ideal para abate.

Em condições ideais de comercialização, os escargots são oferecidos em conserva, com as conchas separadas (onde a carne é servida). Este padrão é adotado por alguns produtores nacionais, mas existem outras formas de apresentação da carne do escargot, que pode ser congelada, em conserva, com molhos especiais, dentre outros.


ESTRUTURA

É comum o aproveitamento de espaços utilizados anteriormente para outros fins (no mínimo vinte metros quadrados) como garagens, paióis, cocheiras, pocilgas, etc.
A área mínima para criação varia de 20 m² a 60 m². Deve possuir água potável (sem cloro) em abundância para suprir todo o heliário, estar longe de poluição e protegido contra ventos. A existência de matas nas imediações da cultura é fator de grande importância porque acumulam umidade e servem como “quebra-vento”.

EQUIPAMENTOS BÁSICOS

– Termômetros;

– Higrômetro (aparelho que mede a umidade do ar);

– Espátula de ferro;

– Escova (de roupa), esponja;

– Pulverizador de água, etc.


CARACTERÍSTICAS

Classificado como pescado pelo Ministério da Agricultura, o escargot é molusco hermafrodita incompleto (animal que possui dois sexos mas incapazes de autofecundar-se), havendo por isto necessidade da cópula entre dois animais para que um fecunde ao outro. Fatores como alimentação, precocidade e temperatura influenciam diretamente no tempo em que o animal pode levar para crescer e reproduzir.


ESPÉCIES

Existem mais de 4.000 espécies de caracóis comestíveis em todo o mundo, mas as principais são:


HELIX ASPERSA MAXIMA OU GROS GRIS

Muito prolífero e com ótima aceitação no mercado externo e interno. É indicado para criação em regiões com climas temperados e frios. Seu peso adulto para abate é ao redor de 15 gramas.


ACHATINA FULICA OS ESCAGOT CHINÊS


É o maior escargot comercializado conhecido. Quando adulto, pode pesar mais de 200 gramas. Sua concha é de cor marrom com ranhuras transversais muito escuras. Pode medir até 15 cm do vértice à base. É uma espécie das mais prolíferas, botando mais de 200 ovos em cada postura. Para consumo são comercializados os filhotes na faixa de 15 a 20 gramas. Desenvolve-se muito bem em regiões de clima quente.


HELIX ASPERSA OU PETIT GRIS

É um escargot de pequeno porte. 0 diâmetro da concha pode variar de 18 a 30 mm e a altura de 20 a 30 mm. Sua forma oval e cor cinza rajada com faixas creme, contrasta com o corpo escuro tendendo para o preto. Peso médio de 7 gramas.


HELIX POMATIA OU ESCARGOT DE BOURGOGNE

É o maior escargot europeu. O diâmetro da concha pode variar de 30 a 55 mm e a altura de 30 a 50 mm. A cor da concha varia em função da região de procedência, apresentando diversas nuanças do ruivo até o marrom escuro, com ranhuras transversais. Peso médio ao redor de 22 gramas. Tem ciclo mais longo que o Gros Gris e o Escargot Turco.


HELIX LUCORUM OU ESCARGOT TURCO

É muito parecido com o Escargot de Bourgogne. Apresenta uma concha com espirais marrons e mechas castanho escuro o que o diferencia do Bourgogne que apresenta as mesmas características com nuanças mais claras. Peso médio de 20 gramas.
No Brasil são criadas duas espécies de escargot: Gros gris e Achatina fulica.

HÁBITOS

Escargots comem durante toda a noite folhas de couve, repolho, brócolis e alface, etc, intercaladas com ração à base de fubá e soja. Hibernam quando a temperatura desce abaixo de 10ºC , alcançando um sono que pode durar até 6 meses. No Brasil, até mesmo nas regiões mais frias, os animais hibernam de 20 a 60 dias e entram em estivação com o calor excessivo. Conclusão: com muito frio ele dorme, com muito calor se esconde. Nos dois casos quem sai perdendo é o produtor.


INICIANDO A CRIAÇÃO

Deve-se levar em consideração:
– Matrizes. É aconselhável que o iniciante comece com o número máximo de 60 matrizes, plantel que viabilizará(com muita observação)o domínio do manejo e acompanhamento do desenvolvimento dos filhotes;
– Ambiente. As condições variam de acordo com a espécie, no caso da variedade “Gros-gris” são as seguintes:
  • Clima. Decisivo para o sucesso. Regiões de clima ameno são as mais indicadas. A temperatura ideal para os escargots oscila entre 16ºC e 24ºC. Altas temperaturas provocam desidratação, e as muito baixas diminuição das funções orgânicas, resultando em atraso no crescimento e na eclosão dos ovos, podendo ainda fazer com que os escargots entrem em sono hibernal.

  • Umidade. Fator de grande importância para a vida dos escargots que em função da permeabilidade do seu corpo, desidratam com muita facilidade e rapidez, podendo levá-los à morte. O grau de umidade relativa do ar deve ser acima de 80%, sendo o ideal 86%. Assim, como é preciso garantir a alta umidade do local, heliários costumam ter aspersores de água que mantêm o piso sempre úmido.

– Manejo
  • Diariamente. Observar o plantel; Retirar os animais mortos ou doentes; Trocar a água e a ração dos filhotes (dias alternados); Trocar a água e a ração das matrizes (2 em e dias); Pulverizar com água as instalações, caso o clima estija muito quente ou seco; Retirar os potes de postura; Observar as chocadeiras; Limpar as caixas e fazer as anotações necessárias (posturas, mortes, nascimento e observações).

  • Semanalmente. Limpar rigorosamente as instalações, comedouros e bebedouros; Observar a aplicação dos medicamentos preventivos e o estoque de ração.

  • Mensalmente. Verificar percentuais de postura, mortalidade, nascimento; Selecionar os animais jovens, as novas matrizes e os animais para a venda mensal.

REPRODUÇÃO


Deve-se separar para reprodução apenas animais que:
– Apresentem tamanho padrão da espécie ou variedade;

– Sejam sadios;

– Atingiram rapidamente o tamanho adulto;

– Tenham concha e corpo perfeitos, sem fraturas ou calombos;

– Estejam maduros sexualmente (nem novos nem velhos);

– Não apresentem nenhum corrimento ou secreção anormais;

– Tenham sido adquiridos de criadores idôneos, selecionados e em boas condições.


Boas condições ambientais estimulam o acasalamento. É bom lembrar que em um heliário bem conduzido os animais se acasalam naturalmente.

O Ritual de Acasalamento. O Ritual de namoro leva de 20 a 30 minutos, seguido da fase de acoplamento com uma duração de 10 a 12 horas, no mínimo, quando os animais se encontram, se esfregam, se acariciam e então, cada um apresenta o seu “dardo” (espécie de esporão feito de substância calcária utilizado para espetar e excitar sexualmente o parceiro). Aí então, os dois escargots se juntam e fazem com que a parte direita de seus corpos se toquem e seus órgãos genitais se encostem.
É neste momento que cada um lança o seu “pênis” para que penetre na “vagina” do parceiro. A postura é realizada de 10 a 30 dias após o acasalamento. A incubação geralmente dura de 12 a 30 dias e é diretamente influenciada pela temperatura e umidade do ambiente. A partir do 12º dia após a postura acontece o nascimento. Os pequenos escargots ficam no ninho por mais 10 a 12 dias e se alimentam da casca do ovo. São translúcidos e medem de 3 a 4 mm. Após a eclosão, os filhotes sobem para a tampa da chocadeira (a chocadeira pode ser o pote de postura com tampa ou uma caixa, onde serão colocados vários destes potes).
Este comportamento indica que é o momento de serem retirados, com o auxílio de uma colher e transferidos para as instalações da 1ª fase onde deverão receber, logo, alimentação e água;

A Postura. Nesta etapa o escargot cava, com a parte anterior do pé, um buraco de 3 a 4 cm de profundidade, alargado e formando uma câmara. Começa, então, a postura de 80 a 120 ovos que poderá levar de 20 a 40 horas para ser concluída. Terminada a postura, o escargot se recolhe à sua concha e descansa por cerca de 30 minutos. Após isso, tampa a entrada do ninho com terra e dejetos, vigia por algum tempo e depois abandona o local.

Sugere-se colocar potes, copos de plástico ou de vidro, cheios de terra (mistura de 50% de terra argilosa com 50% de areia de rio lavada), são colocados à disposição dos reprodutores para que façam a postura dentro deles.



Doenças. Representam um perigo real já que em curto período de tempo podem aniquilar totalmente um plantel. O melhor que o criador tem a fazer é preveni-las seguindo atentamente as orientações para manejo. As doenças mais comuns são:
  • Coccidiose: É responsável pelos maiores índices de mortalidade. Trata-se de protozoários (microorganismos) que atacam, principalmente, o fígado dos escargots. Não têm sintomas, os animais aparecem mortos. Para prevenir a doença utiliza-se o NF-180, medicamento utilizado comumente no tratamento de animais domésticos atacados pelo mesmo mal.
  • Endoparasitos: Vermes intestinais que prejudicam o crescimento e são os principais responsáveis pela mortalidade de filhotes.
  • Ectoparasitos: São ácaros, uma das pragas mais incômodas aos caracóis. Sua presença pode ser detectada visualmente. Os ácaros se instalam na cavidade pulmonar dos escargots, através do pneumostoma. Sugam-lhe o sangue, podendo causar pneumonia e até a morte dos animais.
  • Pseudomonose: É produzida por uma bactéria que ataca o intestino e depois o sangue. Sua principal característica é a presença de um líquido azulado em volta do corpo do animal doente.
  • Doença da Postura Rosa: é causada por um micro fungo que faz “gorar” os ovos. As posturas atacadas apresentam a cor rosa avermelhada e ficam deformadas. Os sintomas provocados pelas doenças são muito parecidos, o que dificulta enormemente a sua identificação. São eles: fraqueza, diminuição dos movimentos, problemas na alimentação, postura, acasalamento e até mesmo a morte dos animais.
  • Angiostrongilíase: É uma parasitose, causada por vermes do gênero Angiostrongylus, da classe Nematoda. O caramujo gigante Achatina fulica é o principal transmissor do verme designado Angiostrongylus cantonensis, comum no pulmão de ratos e capaz de causar, no homem, uma meningoencefalite eosinofílica, doença que acomete o sistema nervoso central. Embora sejam conhecidos alguns casos fatais dessa angiostrongilíase, a doença geralmente evolui benignamente para a cura espontânea, porém a sintomatologia pode perdurar por alguns dias a até vários meses. Os casos humanos foram registrados em vários países asiáticos (Japão, Malásia, Filipinas, China etc.) e africanos (Congo, Zaire etc.), e, além do caramujo gigante, outras espécies de caracóis e lesmas também participam na transmissão da doença. Outra forma da angiostrongilíase é a abdominal, decorrente da infecção humana pelo verme Angiostrongylus costaricensis. A forma abdominal apresenta sintomas semelhantes aos da apendicite aguda e, quando acompanhada de obstrução intestinal, aos dos tumores do trato digestivo, podendo motivar tratamento cirúrgico.

LEMBRETE

O criador de escargots, como de qualquer outro animal, deverá ponderar os limites de sua atividade como produtor e como comercializador de seus produtos.

Legislação Específica
Torna-se necessário tomar algumas providências, para a abertura do empreendimento, tais como:


– Registro na Junta Comercial;

– Registro na Secretária da Receita Federal;

– Registro na Secretária da Fazenda;

– Registro na Prefeitura do Município;

– Registro no INSS;(Somente quando não tem o CNPJ – Pessoa autônoma – Receita Federal)

– Registro no Sindicato Patronal;

O novo empresário deve procurar a prefeitura da cidade onde pretende montar seu empreendimento para obter informações quanto às instalações físicas da empresa (com relação a localização),e também o Alvará de Funcionamento.

Além disso, deve consultar o PROCON para adequar seus produtos às especificações do Código de Defesa do Consumidor (LEI Nº 8.078 DE 11.09.1990).

OBS. Caso o empreendedor queira constituir-se com pessoa jurídica.

Algumas legislações que futuro empreendedor deve ter conhecimento:
– LEI nº 7.967/89 – Dispõe sobre o valor das multas por infração à legislação sanitária, altera a Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, e dá outras providências.

Registro Especial
– Registro no S.I.F. (Serviço de Inspeção Federal). Exigência feita para que o criador possa colocar seu produto no mercado. Sua concessão esta vinculada à manutenção de instalações idênticas às utilizadas para beneficiamento de pescado.

– Registro como produtor rural. Exigência feita para comercializar o escargot vivo.

Na comercialização do produto processado (carne ou pratos prontos), o empresário deverá informar-se a respeito dos registros necessários para sua legalização, já citados acima (Legislação Específica).