À venda apenas entre final de Abril e princípio de Setembro, muitos portugueses optam pelos caracóis como o petisco de Verão. Nalguns restaurantes, famosos pela forma como cozinham este animal herbívoro, formam-se filas de apreciadores desejosos de degustar um prato de caracóis.
Em França, são conhecidos por escargots. Em Portugal, são caracóis ou caracoletas, consoante o tamanho. Mas, na verdade, o consumo deste molusco tem mais de 2 mil anos, pelo que procurámos conhecer o seu valor nutricional. Verificámos que são constituídos por água, ricos em proteínas e pobres em gorduras, o que torna os caracóis um alimento nutritivo.
Pesquisámos em laboratório o valor nutricional de 100 gramas de caracóis cozidos em água e comparámos com os vendidos em restaurantes, já cozinhados. Não encontrámos diferenças significativas entre os dois modos de preparação.
A água é o principal constituinte do caracol. É, ainda, um alimento rico em proteínas e pobre em gorduras. Contém sais minerais, como magnésio, ferro, zinco e cobre que garantem a saúde do organismo.
Mesmo os caracóis cozinhados em restaurantes têm um baixo valor calórico: cerca de 100 quilocalorias por 100 gramas. Assim, a forma como é confeccionado não altera as suas calorias, mas o acompanhamento da refeição, como cerveja ou pão, por exemplo, já o faz.
Quando comparado com outros moluscos, 100 gramas de caracóis fornecem 98 quilocalorias, menos 33 do que a mesma quantidade de amêijoa e menos 21 do que a de berbigão.
A grande maioria dos caracóis à venda é oriunda de Marrocos. De facto, a pouca criação que existe no nosso país é, sobretudo, de caracoleta.
Comprado a cerca de 1 euro por quilo, em Marrocos, é vendido por um preço bastante superior nos cafés e restaurantes. Uma dose, equivalente a um prato de sobremesa, custa cerca de 4,50 euros. Nos mercados e lojas são vendidos vivos por cerca de 3€ o quilo.