quinta-feira

Sobre o Caracol Gigante (Caramujo Africano)




Nome Científico:       Achatina fulica


Reino: Animalia


Phylum: Mollusca


Classe: Gastropoda


Ordem: Stylommatophora


Família: Achatinidae


Achatina fulica (Bowdich, 1822).


Nome comum: achatina - caramujo gigante africano (giant african snail)





Descrição morfofisiológica: Caracol com concha cônica marrom ou mosqueada de tons mais claros. Os adultos podem atingir mais de 20 cm de comprimento de concha e pesar até 500 g. No sudoeste brasileiro, os valores máximos são de 10 cm para a concha e 100 g de peso total. Indivíduos jovens são menores mas possuem as mesmas características de concha dos adultos. Essa espécie é extremamente prolífica e alcança a maturidade sexual aos 4 - 5 meses, a fecundação ocorre mutuamente pois os indivíduos são hermafroditas; podem realizar até cinco posturas por ano, podendo atingir de 50 a 400 ovos por postura. É ativa no inverno, resistente ao frio hibernal e à seca. Geralmente passa o dia escondido e sai para se alimentar e reproduzir à noite ou durante e logo após as chuvas. O corpo é de tonalidade cinza-escuro e as conchas possuem faixas de coloração variável, de castanho até levemente arroxeado. Os ovos são de coloração branco-leitosa ou amarelada, com tamanho um pouco maior que uma semente de mamão.





Rota de dispersão: Agricultura - Comércio de alimentos vivos - Outros





Vetor de Dispersão: Humano - Lixo - Solo





Reprodução: Sexuada





Dieta: Detritívoro - Herbívoro





Introdução: A introdução e distribuição desse molusco em países do continente americano ocorreram, provavelmente, na década de 30. No Brasil, a introdução dessa espécie deveu-se ao cultivo e ao comércio de “escargots” para a alimentação exótica em restaurantes.





Causa da introdução:CriaçãoForma:  Voluntária        

Local:   Paraná                               

Data:   1980





                                          









Uso econômico: Foi cultivada para alimentação humana na tentativa de substituir o escargot Helix aspersa. O cultivo de A. fulica está sendo abolido do País.







Impactos ecológicos: O aumento populacional de Achatina fulica é muito acelerado, devido a sua voracidade pode se alimentar de cerca de 500 espécies de plantas, diminuindo a disponibilidade de alimento para a fauna nativa, podendo haver alterações de paisagens naturais por consumo de biomassa verde, principalmente brotos e plantas jovens. Há, ainda, indicios de que A. fulicaesteja causando diretamente ou indiretamente a diminuição da população do molusco gigante brasileiro aruá-do-mato, Megalobolimus spp.







Impacto econômico: Estabelecem populações em vida livre, podendo se tornar séria praga agrícola, especialmente no litoral. Atacam e destroem plantações, com danos maiores em plantas de subsistência de pequenos agricultores (mandioca e feijão) e plantas comerciais da pequena agricultura (mandioca, batata-doce, carás, feijão, amendoim, abóbora, mamão, tomate, verduras diversas e rami).







Impacto na saúde: Pode transmitir dois vermes que prejudicam a saúde humana: Angiostrongylus costaricensis, causador da angiostrongilíase abdominal, doença grave que pode causar a perfuração intestinal, peritonite e hemorragia abdominal e pode resultar em óbito; e Agiostronglus cantonesis, causador da agiostrongilíase meningoencefálica humana, doença que causa, entre outros sintomas, distúrbios do sistema nervoso e fortes e constantes dor de cabeça.







Prevenção: O Parecer 003/03 publicado pelo Ibama e pelo Ministério da Agricultura em 2003, considera ilegal a criação de caramujos africanos no país, determina a erradicação da espécie e prevê a notificação dos produtores sobre a ilegalidade da atividade. Este parecer vem reforçar a Portaria 102/98 do Ibama, de 1998, que regulamenta os criadouros de fauna exótica para fins comerciais com o estabelecimento de modelos de criação e a exigência de registro dos criadouros junto ao Ibama. Mesmo assim, a prática da cultura dessa espécie ainda é comum.







Controle mecânico: O exemplo de sucesso no controle de A. fulica na Flórida, EUA, mostra que o método de controle mais eficaz dessa espécie é a coleta manual dos moluscos e de seus ovos (com luvas descartáveis ou sacos plásticos), colocando-os em sacos plásticos e fazendo incineração total. Pode-se, com os devidos cuidados, usar iscas molusquicidas ou iscas das plantas preferidas por eles, umedecidas e colocadas perto de pontos que servem como refúgio para os caramujos no fim da madrugada (borda de florestas e brejos, montes de palha grossa, montes de telhas e madeiras emborcadas) onde devem ser coletados pela manhã com os devidos cuidados e incinerados. A catação deve ser repetida com freqüência, ao longo do ano, sem interrupção (dada a grande fecundidade da espécie) e deve incluir áreas urbanas, áreas agrícolas (especialmente hortas e roças), áreas agrícolas abandonadas, capoeiras e bordas de florestas e de brejos. A divulgação dos contundentes problemas que essa espécie causa tanto no meio natural quanto no meio agrícola ou meio urbano deve ser feito de forma intensa em áreas onde se há a presença ou a produção dessa espécie como sucessor do “escargot” (Helix) para fins comerciais, visto que a dispersão dessa espécie é rápida e seu controle depende da conscientização e ação da comunidade envolvida.







Controle químico: TODO PROCESSO DE CONTROLE DEVE SER REALIZADO COM EQUIPAMENTO DE SEGURANÇA E, NO CASO DE USO DE PRODUTOS QUÍMICOS, SEGUINDO A ORIENTAÇÃO DO FABRICANTE E OBSERVANDO CUIDADOS PARA EVITAR IMPACTOS AMBIENTAIS PARALELOS.




O controle químico com mulusquicidas não é recomendado em função da não especificidade e da elevada toxicidade desses produtos.







Controle biológico: Está mais que provado através de experiências em outros países que a introdução de outros caramujos como agentes de controle biológico de Achatina fulica não só resultaram em insucesso, como também agravaram os impactos a espécies nativas. A introdução de Euglandina rosea como agente de controle biológico mostrou-se tão danosa quanto a deAchatina fulica e deve ser evitada.







Área de distribuição onde a espécie é nativa: A espécie é originária da África, ocorre de Natal e Moçambique no sul do Kenya à Somalia Italiana







Ambiente natural: Locais úmidos e ricos em matéria orgânica, borda de ambientes florestais.







Ambientes preferenciais para invasão:




Preferencialmente em áreas urbanas. Também em áreas agrícolas estão presentes especialmente em hortas e roças ou em áreas agrícolas abandonadas, porém também estão presentes em áreas florestais, especialmente na bordadura, e margens de brejos.


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