quinta-feira

Esta espécie de caracóis é mortal para os humanos

 


Caracol maçã observado na Carolina do Norte — Foto: Reprodução/North Carolina Wildlife Resources Comission


Uma espécie de caracóis nativa da América do Sul invadiu as margens do rio Lumber, localizado na Carolina do Norte, estado dos EUA. A Comissão de Recursos da Vida Selvagem da Carolina do Norte (NCWRC) lançou um alerta para os moradores sobre a presença dos caracóis maçã, conhecidos por seus efeitos devastadores para a fauna e fatais para humanos.

O caracol maçã carrega consigo um parasita, chamado de Angiostrongylus cantonensis, também presente nos ratos, que pode infectar o cérebro, causando meningite e podendo levar à morte. No Brasil, a doença foi identificada pela primeira vez no ano de 2006. Especialistas recomendam que ao notar os animais, eles devem ser esmagados sem qualquer contato direto com a pele ou congelados da mesma maneira.

Não é recomendando o manuseio deles ou de seus ovos (que apresentam uma cor rosada), pois apresentam toxinas que podem causar lesões cutâneas e oculares.

Caracol maçã e seus ovos rosados — Foto: Reprodução



As autoridades também pediram aos residentes que se virem um caracol-maçã ou uma massa de ovos rosados, o primeiro passo é fotografar e registrar o local em um envio à Ferramenta de Relatório de Espécies Incômodas Aquáticas do órgão.


Outros locais ao redor do mundo já sofreram com a invasão desta espécie, como a Europa, a Ásia e na América do Norte, em outros estados dos EUA. Segundo o Conselho de Espécies Invasoras do Havaí, responsável por lidar com a invasão dos animais no Pacífico, eles já foram responsáveis por uma “perda de 100% das colheitas” em campos de arroz nas Filipinas.


Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA lançam luz à um alerta para o possível contágio com esquistossomose, conhecida no Brasil como "barriga d'água" pode apresentar sintomas por anos se não for tratada adequadamente.

O caracol maçã é uma praga e está proibido de entrar em Portugal

 A entrada, circulação e venda de caracóis maçã está proibida em Portugal, segundo o plano de contingência desta praga que tem "elevados impactos económicos" sobretudo na cultura do arroz.

A praga dos caracóis do género 'pomacea' pode levar a prejuízos de "centenas de milhares de euros".


O plano de contingência, divulgado pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), determina a "proibição da entrada, detenção, circulação e ou venda de caracóis do género 'pomacea' no território nacional".

Neste contexto, as plantas aquáticas importadas devem estar acompanhadas de um certificado fitossanitário.

Já as plantas aquáticas originárias de zonas onde foi detetado este género de caracol, na União Europeia, só podem circular para fora dessas mesmas áreas com o passaporte fitossanitário.

De acordo com a DGAV, os sintomas de ataques desta praga são pouco específicos. Contudo, as plantas podem apresentar buracos de margens irregulares e folhas que permanecem apenas com as nervuras, para além de danos nas raízes e caules.

O arroz é o "principal hospedeiro com importância económica desta praga". Nesta cultura, os caracóis atacam as plântulas ('embriões' que emergem das sementes), sobretudo quando a cultura é realizada por sementeira, e provocam a morte das plantas.

Este documento prevê ainda o desenvolvimento de um programa de prospeção, caso a praga venha a ser introduzida em Portugal.

O plano em causa deve ter com conta a disponibilidade dos hospedeiros, as condições climáticas e ecológicas que favorecem a dispersão da praga, a proximidade com locais de risco e a sensibilidade dos hospedeiros.

São considerados locais de risco os sítios especializados na produção de plantas de aquário e animais, os canais de irrigação e drenagem ligados a áreas infestadas, arrozais, marinas de água doce e portos de pesca.

Caso seja confirmada laboratorialmente a presença desta praga em Portugal, a DGAV avança com o plano de ação, que inclui a organização das prospeções a efetuar e o número de exames visuais a realizar, amostras e análises, bem como a metodologia a aplicar.

As medidas de erradicação incluem a remoção e destruição da praga, a realização de inspeções duas vezes por ano, um protocolo de higiene aplicável a todas as máquinas agrícolas e aquícolas, bem como a todos os equipamentos para atividade náuticas e embarcações.

A DGAV é um serviço central da administração direta do Estado, com autonomia administrativa.


Fonte: Agência Lusa